Por Donna
Todo mundo sabe que Grazi nasceu em Jacarezinho, no interior do Paraná, e que é descendente de italianos. Todo mundo sabe que ela é filha da costureira Cleuza e do pedreiro Gilmar Massafera e que tem um irmão mais velho, Alecsandro, e dois menores, Gilmar e Alexandre. Todo mundo sabe que a Grazi tem 29 anos e que completará 30 em 28 de junho. Que trabalhou como babá, manicure e balconista de uma loja de cosméticos. Que foi Miss Paraná, Miss Beleza Internacional e participante do Big Brother Brasil. Também se sabe que a atriz da Globo é uma das celebridades mais requisitadas e bem pagas do mercado publicitário. E que a Grazi posou para a PLAYBOY. Sabe-se que ela tem 1,73 metro de altura e que costumava pesar 58 quilos antes da gravidez. Sim, ela está na reta final gravidez da Sofia, sua primeira filha, com o ator Cauã Reymond, que – todo mundo também sabe – ela namora desde 2007.
Leia a entrevista que deu a revista Claudia em Fevereiro:
Tenho o grande prazer de revelar para as leitoras de CLAUDIA a mulher admirável que lutou muito para conquistar “sonhos que nem tinha sonhado”: Grazielli Massafera.
Você já foi capa de tantas revistas, deu inúmeras entrevistas...
Parece que todo mundo sabe tudo sobre a sua vida.
O que ainda não perguntaram?
Minha história tem muito a ver com a história do povo brasileiro que quer vencer na vida, que quer fazer uma coisa diferente, que quer brilhar. Tem uma torcida muito grande por mim. Parece que querem sempre reforçar essa história para mostrar que é possível, que existe esperança. Porque a minha história é quase um sonho, mas tem muita realidade que não é falada. Ficam apegados ao sonho e não perguntam sobre o que aconteceu antes de o sonho se realizar. Não me perguntam de onde veio a minha força para que tudo isso acontecesse. Teve um momento em que até eu mesma comecei a acreditar nesse sonho, porque eu só falava sobre isso nas reportagens, só lia sobre isso. O que as pessoas querem perguntar é aquilo que vende, as coisas mais superficiais. O creme que eu uso para dormir, o tipo de roupa que eu gosto, que sapato eu uso...
O que ainda não perguntaram?
Minha história tem muito a ver com a história do povo brasileiro que quer vencer na vida, que quer fazer uma coisa diferente, que quer brilhar. Tem uma torcida muito grande por mim. Parece que querem sempre reforçar essa história para mostrar que é possível, que existe esperança. Porque a minha história é quase um sonho, mas tem muita realidade que não é falada. Ficam apegados ao sonho e não perguntam sobre o que aconteceu antes de o sonho se realizar. Não me perguntam de onde veio a minha força para que tudo isso acontecesse. Teve um momento em que até eu mesma comecei a acreditar nesse sonho, porque eu só falava sobre isso nas reportagens, só lia sobre isso. O que as pessoas querem perguntar é aquilo que vende, as coisas mais superficiais. O creme que eu uso para dormir, o tipo de roupa que eu gosto, que sapato eu uso...
De onde veio a sua força para que tudo isso acontecesse?
Da minha família, da minha criação, do meu caráter, que foi construído em casa. Agora, esperando o bebezinho, tudo isso vem muito forte. Como foi a minha criação, como vai ser a da minha filha. Ela vai ser criada num momento diferente, num lugar diferente, por pais diferentes. Tenho muitas questões que ainda não sei responder. Tomara que a nossa conversa me ajude a encontrar algumas respostas. Eu estou em um processo de autoconhecimento na minha terapia justamente para encontrar respostas.
Da minha família, da minha criação, do meu caráter, que foi construído em casa. Agora, esperando o bebezinho, tudo isso vem muito forte. Como foi a minha criação, como vai ser a da minha filha. Ela vai ser criada num momento diferente, num lugar diferente, por pais diferentes. Tenho muitas questões que ainda não sei responder. Tomara que a nossa conversa me ajude a encontrar algumas respostas. Eu estou em um processo de autoconhecimento na minha terapia justamente para encontrar respostas.
Como a sua família passou essa força para você?
Fui construindo essa força com a minha mãe. Ela era uma mulher do interior, que morava em um sítio. Tinha o desejo de sair daquele lugar e passou isso para mim. Ela nunca teve a coragem de sair, mas eu vi a minha mãe tendo coragem para muita coisa. Meu pai se separou dela, foi embora com outra mulher, ela ficou sozinha com dois filhos pequenos. Eu tinha 8 anos. Ela, então, aprendeu o trabalho de costureira muito rapidamente. Vivi tudo aquilo, só observando a coragem e o sofrimento da minha mãe. Eu sempre fui muito observadora. Sou canceriana. Por outro lado, meu pai é um homem muito forte, batalhador. Ele acorda todos os dias às 6 horas da manhã, mesmo quando está de férias aqui comigo. Arruma a casa toda, não para. Quando estou trabalhando sempre penso no meu pai. Eu sou uma formiguinha como ele.
Fui construindo essa força com a minha mãe. Ela era uma mulher do interior, que morava em um sítio. Tinha o desejo de sair daquele lugar e passou isso para mim. Ela nunca teve a coragem de sair, mas eu vi a minha mãe tendo coragem para muita coisa. Meu pai se separou dela, foi embora com outra mulher, ela ficou sozinha com dois filhos pequenos. Eu tinha 8 anos. Ela, então, aprendeu o trabalho de costureira muito rapidamente. Vivi tudo aquilo, só observando a coragem e o sofrimento da minha mãe. Eu sempre fui muito observadora. Sou canceriana. Por outro lado, meu pai é um homem muito forte, batalhador. Ele acorda todos os dias às 6 horas da manhã, mesmo quando está de férias aqui comigo. Arruma a casa toda, não para. Quando estou trabalhando sempre penso no meu pai. Eu sou uma formiguinha como ele.
Como era o casamento deles?
Existia muito amor, mas também muita violência. Eles brigavam muito, um espancava o outro. Eu, desde pequenininha, tapava os ouvidos na hora das brigas e só imaginava coisas boas. Eu ia para a igreja, fazia as minhas orações, acreditava em anjos. Achava que tinha o poder de fazer com que eles parassem de brigar. E acontecia: eles ficavam bem. Não faltava amor. Minha mãe parecia uma fera, batia nele, mas também era mulherzinha, de colocar comida no prato, deixar a roupa dele arrumada. Eu tenho o meu lado selvagem, mas é muito diferente do da minha mãe, é mais domado. O Cauã brinca que sou do tipo fera selvagem (risos). Acho um tempero interessante para a nossa relação.
Existia muito amor, mas também muita violência. Eles brigavam muito, um espancava o outro. Eu, desde pequenininha, tapava os ouvidos na hora das brigas e só imaginava coisas boas. Eu ia para a igreja, fazia as minhas orações, acreditava em anjos. Achava que tinha o poder de fazer com que eles parassem de brigar. E acontecia: eles ficavam bem. Não faltava amor. Minha mãe parecia uma fera, batia nele, mas também era mulherzinha, de colocar comida no prato, deixar a roupa dele arrumada. Eu tenho o meu lado selvagem, mas é muito diferente do da minha mãe, é mais domado. O Cauã brinca que sou do tipo fera selvagem (risos). Acho um tempero interessante para a nossa relação.
Quais eram os sonhos da sua mãe?
Minha mãe sempre sonhou muito, mas não teve a coragem de ir atrás. Então, passou a sonhar para mim. Isso pode ser muito perigoso para uma filha. Eu era a bonequinha dela, ela me enfeitava, costurava sempre uma roupa diferente para mim. Quando criança, minha mãe não teve boneca; ela brincava com sabugo de milho. Eu fui a boneca dela por muito tempo. Na pré-adolescência, isso mudou. Ela começou a querer: “Vá atrás dos meus e dos seus sonhos”, que eu nem sabia quais eram. Eu acho que ela exagerou, mas foi importante para que eu saísse de casa e fosse atrás do que eu queria, mesmo sem saber ao certo o que eu queria.
Minha mãe sempre sonhou muito, mas não teve a coragem de ir atrás. Então, passou a sonhar para mim. Isso pode ser muito perigoso para uma filha. Eu era a bonequinha dela, ela me enfeitava, costurava sempre uma roupa diferente para mim. Quando criança, minha mãe não teve boneca; ela brincava com sabugo de milho. Eu fui a boneca dela por muito tempo. Na pré-adolescência, isso mudou. Ela começou a querer: “Vá atrás dos meus e dos seus sonhos”, que eu nem sabia quais eram. Eu acho que ela exagerou, mas foi importante para que eu saísse de casa e fosse atrás do que eu queria, mesmo sem saber ao certo o que eu queria.
Como foi esse momento?
Ela dizia: “Sempre me disseram que eu era bonita, e eu não fiz nada da minha vida. Agora você vai sair daqui”. Eu via nos olhos dela quanto doía dizer isso. Mas me fez ir atrás de agência de modelos, curso de miss, de trabalhar em salão, ser babá. Com 17 anos, fiz um teste em Londrina (PR) e me mandaram fazer umas fotos em Florianópolis. De lá, eu iria para o México, para uma agência de modelos. Aí, eu amarelei. Em Florianópolis, foi a primeira vez que eu atravessei a rua sozinha, em meio a tanta gente. Fiquei com medo e liguei para minha mãe dizendo que não queria ir para o México. Ela respondeu: “Volta, filha. Se está com medo, não vá”. Foi muito acolhedora e nunca mais tocou no assunto.
Ela dizia: “Sempre me disseram que eu era bonita, e eu não fiz nada da minha vida. Agora você vai sair daqui”. Eu via nos olhos dela quanto doía dizer isso. Mas me fez ir atrás de agência de modelos, curso de miss, de trabalhar em salão, ser babá. Com 17 anos, fiz um teste em Londrina (PR) e me mandaram fazer umas fotos em Florianópolis. De lá, eu iria para o México, para uma agência de modelos. Aí, eu amarelei. Em Florianópolis, foi a primeira vez que eu atravessei a rua sozinha, em meio a tanta gente. Fiquei com medo e liguei para minha mãe dizendo que não queria ir para o México. Ela respondeu: “Volta, filha. Se está com medo, não vá”. Foi muito acolhedora e nunca mais tocou no assunto.
E você não foi?
Não fui. Mas fiquei muito frustrada. Eu via a minha mãe juntando cada moedinha para pagar a luz, a água, e eu poderia ter ganhado dinheiro no México. Decidi, então, que, quando surgisse outra oportunidade, nunca mais diria não. Foi um clique. Oportunidade desperdiçada, jamais. Hoje em dia eu penso que foi muito melhor não ter ido, pois esse clique me fez ganhar força de decisão para o resto da minha vida.
Não fui. Mas fiquei muito frustrada. Eu via a minha mãe juntando cada moedinha para pagar a luz, a água, e eu poderia ter ganhado dinheiro no México. Decidi, então, que, quando surgisse outra oportunidade, nunca mais diria não. Foi um clique. Oportunidade desperdiçada, jamais. Hoje em dia eu penso que foi muito melhor não ter ido, pois esse clique me fez ganhar força de decisão para o resto da minha vida.
O que você herdou da sua mãe?
Minha mãe é muito orgulhosa e ciumenta, eu também sou. Nunca vi minha mãe chorar. Eu também tenho muita dificuldade para chorar, até em cena. Tenho lágrimas encabuladas, tímidas, as lágrimas caem no meu rosto do lado oposto da câmera, para não serem vistas. É difícil até chorar na frente do meu marido. Ele já falou: “Amor, para com isso, você é minha mulher!” Tem três coisas que são importantes em todas as culturas: comer, fazer sexo e brincar. Elas são importantes para você? As três são muito importantes para mim. Comer é um grande prazer. Eu degusto, sinto o cheiro, aprecio cada colherada, tenho meu tempo para isso. Aprendi com meu pai: a geladeira estava sempre cheia; podia faltar luz, mas não faltava comida. O Cauã é atleta. A comida para ele sempre foi funcional: é bom para o corpo, não importa o gosto. Uma das coisas boas que a nossa relação trouxe para o Cauã foi o prazer de comer. Na minha família, sexo sempre foi tabu. Mas minha mãe e meu pai gostavam muito. Acho sexo tão vital quanto se alimentar. Para mim, o sexo está ligado ao amor. Nunca fiz sexo só pelo sexo, nunca foi casual. Brincar é o lado que eu não quero perder jamais: brincar com as crianças, com o marido, com a família, me divertir quando estou em cena. Uma das coisas que meu pai me ensinou é que é muito importante rir de si mesmo, não se levar tão a sério.
Minha mãe é muito orgulhosa e ciumenta, eu também sou. Nunca vi minha mãe chorar. Eu também tenho muita dificuldade para chorar, até em cena. Tenho lágrimas encabuladas, tímidas, as lágrimas caem no meu rosto do lado oposto da câmera, para não serem vistas. É difícil até chorar na frente do meu marido. Ele já falou: “Amor, para com isso, você é minha mulher!” Tem três coisas que são importantes em todas as culturas: comer, fazer sexo e brincar. Elas são importantes para você? As três são muito importantes para mim. Comer é um grande prazer. Eu degusto, sinto o cheiro, aprecio cada colherada, tenho meu tempo para isso. Aprendi com meu pai: a geladeira estava sempre cheia; podia faltar luz, mas não faltava comida. O Cauã é atleta. A comida para ele sempre foi funcional: é bom para o corpo, não importa o gosto. Uma das coisas boas que a nossa relação trouxe para o Cauã foi o prazer de comer. Na minha família, sexo sempre foi tabu. Mas minha mãe e meu pai gostavam muito. Acho sexo tão vital quanto se alimentar. Para mim, o sexo está ligado ao amor. Nunca fiz sexo só pelo sexo, nunca foi casual. Brincar é o lado que eu não quero perder jamais: brincar com as crianças, com o marido, com a família, me divertir quando estou em cena. Uma das coisas que meu pai me ensinou é que é muito importante rir de si mesmo, não se levar tão a sério.
O que você inveja nas mulheres?
Eu invejava mulher que tinha filhos. Agora vou ter a minha, então não invejo mais. Tinha inveja de grávida. Desde menina, sempre achei lindo barrigão de mulher grávida. Hoje não invejo mais, fico no espelho contemplando a minha barriga e acho linda. Também invejo mulheres que fazem tudo ao mesmo tempo e conseguem dar conta; mulheres que sabem se organizar para viajar. Invejo quem tem rotina de trabalho, quem tem férias. E mulher morena. Sou toda manchada de tanto sol. Queria ter uma pele mais resistente. Tenho inveja também de mulher moderna, desencanada com tudo, mais livre. Eu não sou assim, sou mais clássica, conservadora, gosto da vida familiar.
Eu invejava mulher que tinha filhos. Agora vou ter a minha, então não invejo mais. Tinha inveja de grávida. Desde menina, sempre achei lindo barrigão de mulher grávida. Hoje não invejo mais, fico no espelho contemplando a minha barriga e acho linda. Também invejo mulheres que fazem tudo ao mesmo tempo e conseguem dar conta; mulheres que sabem se organizar para viajar. Invejo quem tem rotina de trabalho, quem tem férias. E mulher morena. Sou toda manchada de tanto sol. Queria ter uma pele mais resistente. Tenho inveja também de mulher moderna, desencanada com tudo, mais livre. Eu não sou assim, sou mais clássica, conservadora, gosto da vida familiar.
E o que você inveja nos homens?
O metabolismo masculino. O nosso vai ficando mais preguiçoso, o deles é mais acelerado. Vejo isso no Cauã, no meu irmão...
O metabolismo masculino. O nosso vai ficando mais preguiçoso, o deles é mais acelerado. Vejo isso no Cauã, no meu irmão...
Como é o seu momento atual?
Cheguei a um ponto da minha vida que eu nem tinha sonhado. Quantas pessoas podem dizer isso aos 29 anos? Conquistei sonhos que eu nem tinha sonhado. Isso é muito perigoso. O que vem agora? Por um bom tempo, eu mesma acreditei, como todo mundo, que tive muita sorte. Mas hoje eu acho que sorte é uma mistura de preparo, obstinação, desejo e foco. Tem uma parcela de sorte, lógico. Mas sem preparo, obstinação e foco ela não dá em nada. Estou vivendo uma fase de formiguinha, de começar tudo de novo de outra maneira, sem a preocupação com a sobrevivência, com o dinheiro. O foco é minha realização como profissional, mãe, mulher. Estou em um novo momento, que é o de criar uma criança, buscar a maturidade profissional, cuidar da minha relação, da minha casa.
Cheguei a um ponto da minha vida que eu nem tinha sonhado. Quantas pessoas podem dizer isso aos 29 anos? Conquistei sonhos que eu nem tinha sonhado. Isso é muito perigoso. O que vem agora? Por um bom tempo, eu mesma acreditei, como todo mundo, que tive muita sorte. Mas hoje eu acho que sorte é uma mistura de preparo, obstinação, desejo e foco. Tem uma parcela de sorte, lógico. Mas sem preparo, obstinação e foco ela não dá em nada. Estou vivendo uma fase de formiguinha, de começar tudo de novo de outra maneira, sem a preocupação com a sobrevivência, com o dinheiro. O foco é minha realização como profissional, mãe, mulher. Estou em um novo momento, que é o de criar uma criança, buscar a maturidade profissional, cuidar da minha relação, da minha casa.
Parece que você está renascendo. Foi outro clique?
Foi. Parece que eu tinha uma missão para cumprir para a minha mãe, de realizar os sonhos dela.
E agora? Quais são os meus sonhos?
Estou fazendo análise para pensar o que quero, quem sou.
Foi. Parece que eu tinha uma missão para cumprir para a minha mãe, de realizar os sonhos dela.
E agora? Quais são os meus sonhos?
Estou fazendo análise para pensar o que quero, quem sou.
E o que está mudando?
Antes, eu não sabia dizer não, não podia perder nada. Aquele primeiro clique foi o de não dizer não para nada. Agora estou retomando as rédeas do meu tempo e ganhando discernimento para saber o que é realmente importante para mim. Estou sendo mais seletiva e aprendendo a dizer não.
Antes, eu não sabia dizer não, não podia perder nada. Aquele primeiro clique foi o de não dizer não para nada. Agora estou retomando as rédeas do meu tempo e ganhando discernimento para saber o que é realmente importante para mim. Estou sendo mais seletiva e aprendendo a dizer não.
Como você está aprendendo a dizer não?
Tentando ver os benefícios e malefícios, conciliando o que eu quero com o que eu planejo para a minha carreira, respeitando a minha intuição e também ouvindo muito o meu marido. Além de ser uma mulher apaixonada por ele, temos uma parceria de conversas diárias sobre o trabalho que me ajuda muito. Ele tem bem mais experiência do que eu. E fui me juntando a pessoas que admiro e confio: minha empresária, tenho uma assessoria... Eu quero ouvir outras opiniões, mas a decisão é sempre minha. Não quero perder isso nunca.
Tentando ver os benefícios e malefícios, conciliando o que eu quero com o que eu planejo para a minha carreira, respeitando a minha intuição e também ouvindo muito o meu marido. Além de ser uma mulher apaixonada por ele, temos uma parceria de conversas diárias sobre o trabalho que me ajuda muito. Ele tem bem mais experiência do que eu. E fui me juntando a pessoas que admiro e confio: minha empresária, tenho uma assessoria... Eu quero ouvir outras opiniões, mas a decisão é sempre minha. Não quero perder isso nunca.
Como é a vida de atriz?
Um dia, um diretor, em uma festa, disse: “Você ainda não cansou de ficar rica, de ganhar dinheiro? Você não quer virar atriz?” Eu falei: “O que impede uma coisa de acontecer do lado da outra?” Só porque estou no outdoor, você não pode confiar em mim para fazer um personagem? Eu tento sempre ver os meus limites profissionais, o que eu não consigo fazer, o que eu posso arriscar. Sempre estou aprendendo aos olhos do público, e isso tem um preço. Eu entro na novela com uma garra a mais de ter que me superar. Aprendo muito com as atrizes e com os atores que admiro. Observo muito, assisto várias vezes os filmes, as peças, as novelas para aprender a técnica deles. Estudo muito. Hoje, eu tenho um compromisso muito maior com a profissão, tenho uma paixão e um respeito muito maiores. Mas não quero perder o lado de brincar, de me divertir quando estou em cena. Billi Pig é um filme que eu adorei ter feito, gosto do resultado, tenho orgulho de estar nele. É um filme que quero mostrar para a minha filha.
Um dia, um diretor, em uma festa, disse: “Você ainda não cansou de ficar rica, de ganhar dinheiro? Você não quer virar atriz?” Eu falei: “O que impede uma coisa de acontecer do lado da outra?” Só porque estou no outdoor, você não pode confiar em mim para fazer um personagem? Eu tento sempre ver os meus limites profissionais, o que eu não consigo fazer, o que eu posso arriscar. Sempre estou aprendendo aos olhos do público, e isso tem um preço. Eu entro na novela com uma garra a mais de ter que me superar. Aprendo muito com as atrizes e com os atores que admiro. Observo muito, assisto várias vezes os filmes, as peças, as novelas para aprender a técnica deles. Estudo muito. Hoje, eu tenho um compromisso muito maior com a profissão, tenho uma paixão e um respeito muito maiores. Mas não quero perder o lado de brincar, de me divertir quando estou em cena. Billi Pig é um filme que eu adorei ter feito, gosto do resultado, tenho orgulho de estar nele. É um filme que quero mostrar para a minha filha.
E a relação com o Cauã?
Estamos juntos há cinco anos. Tenho o maior orgulho da nossa relação. Está cada vez mais gostoso. Estamos em um novo momento, em que existe uma nova paixão: a gravidez. Meu relacionamento com o Cauã me fez muito bem. A gente se equilibra de várias maneiras. Ele é filho de psicóloga, faz análise há muitos anos. Eu comecei há um ano e meio. Venho de uma família grande, com muitos tios, primos, o almoço de domingo é sagrado. Ele comia um sanduíche no domingo, e eu achava estranho. Achava que ele tinha obrigação de saber que, mesmo sendo só nós dois, devia sentar à mesa e ter o almoço de domingo. Agora, todo domingo tem almoço. Eu sempre fui da junk food; e ele, extremamente natural. Hoje, a gente equilibra momentos de junk food, do tipo rodízio de pizza, com a minha família, e momentos de comida natural. Antes ele achava um absurdo, me chamava de ogra. Cauã também me passou essa paixão pela profissão, de querer entender. Ele admira muito o meu jeito de ser observadora. A minha vida e a dele deram uma guinada no bom sentido. É uma delícia ver a relação ganhando maturidade.
Estamos juntos há cinco anos. Tenho o maior orgulho da nossa relação. Está cada vez mais gostoso. Estamos em um novo momento, em que existe uma nova paixão: a gravidez. Meu relacionamento com o Cauã me fez muito bem. A gente se equilibra de várias maneiras. Ele é filho de psicóloga, faz análise há muitos anos. Eu comecei há um ano e meio. Venho de uma família grande, com muitos tios, primos, o almoço de domingo é sagrado. Ele comia um sanduíche no domingo, e eu achava estranho. Achava que ele tinha obrigação de saber que, mesmo sendo só nós dois, devia sentar à mesa e ter o almoço de domingo. Agora, todo domingo tem almoço. Eu sempre fui da junk food; e ele, extremamente natural. Hoje, a gente equilibra momentos de junk food, do tipo rodízio de pizza, com a minha família, e momentos de comida natural. Antes ele achava um absurdo, me chamava de ogra. Cauã também me passou essa paixão pela profissão, de querer entender. Ele admira muito o meu jeito de ser observadora. A minha vida e a dele deram uma guinada no bom sentido. É uma delícia ver a relação ganhando maturidade.
Você fica preocupada com a sua filha? Fica pensando em como vai ser para ela ser filha da Grazi e do Cauã?
Muito. Esse é um medo meu, está me tirando algumas noites de sono. Mas também não quero antecipar, cada coisa tem seu tempo. Quero dar o que eu recebi: muito amor, de maneira intuitiva. Quero construir uma casinha, aqui perto, em um terreno grande, para criar galinha, cachorro, gato, para ela se aproximar um pouco da minha infância no interior. Minha mãe me ensinou a ter responsabilidade com os bichinhos, não de pelúcia, mas de verdade. Quer ter gato? Cachorro? Então tem que dar comida, cuidar... Nada muito elaborado, mas funcionou muito bem. Vou ver se ela vai gostar, não vou impor nada. Quero dar a possibilidade de escolha para ela.
Muito. Esse é um medo meu, está me tirando algumas noites de sono. Mas também não quero antecipar, cada coisa tem seu tempo. Quero dar o que eu recebi: muito amor, de maneira intuitiva. Quero construir uma casinha, aqui perto, em um terreno grande, para criar galinha, cachorro, gato, para ela se aproximar um pouco da minha infância no interior. Minha mãe me ensinou a ter responsabilidade com os bichinhos, não de pelúcia, mas de verdade. Quer ter gato? Cachorro? Então tem que dar comida, cuidar... Nada muito elaborado, mas funcionou muito bem. Vou ver se ela vai gostar, não vou impor nada. Quero dar a possibilidade de escolha para ela.
Você gosta que digam que você é bonita?
Não gosto. A beleza é muito passageira e, quanto mais me elogiam, mais eu posso ficar ligada só a ela. Eu observo tantas mulheres que se apegaram à beleza e estão envelhecendo mal, “botocadas”, todas com a mesma cara. Eu quero me apegar a outras coisas porque quero envelhecer de forma diferente. E tenho que começar a trabalhar isso agora, aos 29 anos.
Não gosto. A beleza é muito passageira e, quanto mais me elogiam, mais eu posso ficar ligada só a ela. Eu observo tantas mulheres que se apegaram à beleza e estão envelhecendo mal, “botocadas”, todas com a mesma cara. Eu quero me apegar a outras coisas porque quero envelhecer de forma diferente. E tenho que começar a trabalhar isso agora, aos 29 anos.
E o que você está fazendo para envelhecer bem?
Acreditando em outros atributos que podem me completar mais do que a beleza. Quero colocar a vaidade na profissão, no estilo de vida, ter uma família grande, pelo menos três filhos e muitos netos que queiram visitar a avó. E com o almoço de domingo. Posso ser uma velhinha que vai fazer teatro e produzir peças ou ter um albergue com os bichos que estão abandonados nas ruas. Não quero ficar ligada à beleza, às plásticas, ao corpo sarado. Não quero ser um Frankenstein.
Acreditando em outros atributos que podem me completar mais do que a beleza. Quero colocar a vaidade na profissão, no estilo de vida, ter uma família grande, pelo menos três filhos e muitos netos que queiram visitar a avó. E com o almoço de domingo. Posso ser uma velhinha que vai fazer teatro e produzir peças ou ter um albergue com os bichos que estão abandonados nas ruas. Não quero ficar ligada à beleza, às plásticas, ao corpo sarado. Não quero ser um Frankenstein.
Em síntese, quem é a Grazi?
Acho que eu sou uma apaixonada pela superação. Chego a um ponto e trabalho muito para me superar.
Acho que eu sou uma apaixonada pela superação. Chego a um ponto e trabalho muito para me superar.
Foto: Nana Moraes